Alunos do Parlamento Jovem visitam Museu de Visconde do Rio Branco
No dia 23/05, os alunos do PJ VRB tiveram um encontro diferente. A atividade proposta da semana foi levar os estudante ao museu Municipal de Visconde do Rio Branco. A visita teve como objetivo reconhecer, naquele espaço, tradições preservadas dos povos indígenas que aqui habitaram e procurar compreender o destino desses povos e de suas tradições.
O encontro começou na Câmara Municipal, onde os alunos se reuniram e tiveram um bate-papo com Antônio Carlos Gomes, Assessor Especial da Presidência e Radialista, que tem muito conhecimento sobre a criação do município.
Tom contou aos alunos sobre as tribos indígenas que povoaram a região, como os Coroados e Puris, e ressaltou que ainda há moradores na cidade que são descendentes desses povos. Além disso, o Radialista contou sobre as peças utilizadas pelos indígenas que foram encontradas em Piedade de cima e levadas ao museu.
Outra história interessante é a maneira como o rio Piedade foi batizado. Depois de uma guerra entre duas tribos da região, o rio ficou tomado por sangue e as pessoas clamavam por piedade para que a guerra fosse cessada. Assim, o rio recebeu o seu nome.
Depois dessa pequena introdução sobre os povos indígenas que colonizaram Visconde do Rio Branco, os alunos seguiram para o museu.
Museu Municipal de Visconde do Rio Branco
O Museu Municipal de Visconde é uma referência regional pois, possui em seu acervo restos arqueológicos da população indígena, que foram encontrados na Serra da Piedade, zona rural do Município.
Os alunos foram acompanhados por Claudiney Malta, Coordenador da Escola do Legislativo, Giancarlo Bragatto, Monitor do Parlmento Jovem VRB, e da Presidente da Câmara, a Vereadora Mabinha Cadedo.
No auditório do Museu, os alunos foram recebidos pela diretora e idealizadora do museu Theresinha de Almeida Pinto que apresentou aspectos históricos da cidade. A diretora contou sobre os povos que habitavam a região e destacou a tensão que existia entre os indígenas e os colonos quando estes chegaram aqui.
A Igreja Católica e Guido Tomás Marlière tiveram um importante papel na pacificação dessa relação. Guido foi nomeado, em 1813, diretor geral dos índios para mediar as relações e possíveis tensões.
Além da idealizadora do museu, o professor José Geraldo Begnane, membro do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico (COMPHAR), também conversou com os alunos. O professor chamou a atenção para a pouca tradição e memória existentes sobre os povos indígenas que aqui habitaram.
“Não conhecemos quase nada sobre eles, então, como compreendê-los? Na verdade, permaneceremos ignorantes sobre esses povos, isto pois, a transmissão do conhecimento entre eles se fazia pela oralidade”, explica.
Geraldo falou também sobre os possíveis destinos dos indígenas da região depois da chegada dos colonos: eles podem ter fugido para outras regiões, sofreram a aculturação e miscigenação aos colonos ou morreram precocemente devido aos conflitos, doenças e miséria.
A presença indígena em Visconde do Rio Branco
Mesmo com tantas mudanças ao longo dos anos, a cultura indígena ainda se faz presente na cidade. Muitas pessoas possuem traços físicos herdados pelos índios ou ainda preservam tradições desses povos. A utilização de plantas medicinais e a fabricação de balaios e cestas são resquícios indígenas encontrados em Visconde.
O professor pondera que apesar de ainda ser possível identificar essas tradições, essa cultura está condenada ao esquecimento, pois os jovens não se preocupam em receber esses conhecimentos históricos de seus pais e avós.
Ao final, Geraldo ressaltou a importância de as pessoas se reconhecerem como descentes desses povos e buscarem a história de seus antepassados. " Somente com essa valorização, as tradições indígenas poderão se manter vivas e serem aceitas e respeitadas por outras culturas na sociedade atual", finalizou o professor de história.